30 março, 2006

 

126. Assembleia Geral da ARCF

No domingo, dia 26, realizou-se mais uma Assembleia Geral para discussão e votação do relatório e contas do ano económico de 2005. Previamente a Direcção distribuiu os documentos pelos associados que iam entrando. Foi tudo aprovado por unanimidade.
Da ordem de trabalhos constava um número relativo a outros assuntos de interesse para a Associação. Falou-se, sobretudo do facto de a Segurança Social não concordar com o Lar da Terceira Idade. Certamente é uma resolução economicista pois todos os lares da zona têm gente em lista de espera, alguma de outras áreas.
Como deixaram a possibilidade da criação de um Centro de Dia, embora sem apoios à construção do edifício, achou-se, agora, como, aliás, já tinha sido deliberado antes noutra AG, continuar com o Centro de Dia. A Direcção informou que já tinha havido contactos com a arquitecta para adaptar o projecto, a fim de prosseguir com o Centro de Dia.
A Direcção voltou a explicar as razões por que não se tinha feito o piquenique em Lisboa: falta de inscrições em número suficiente. Falou-se da hipótese de se fazer um convívio na semana da festa, no parque de merendas, à Consolação, onde há água, instalações sanitárias e mesas e sombra. Para esse convívio, talvez na quarta-feira, as pessoas levariam o que comer, cada uma para si, ou para, eventualmente, partilhar.










- Da esquerda para a direita: Entrada para a Assembleia; mesa da Assembleia Geral; mesa da Direcção.


CHGJ

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28 março, 2006

 

125. Igreja assaltada

No dia 27 deste mês, ontem ao fim da tarde, descobriu-se que a igreja dos Forcalhos tinha sido assaltada e arrombada a porta que liga a igreja à sacristia.
Feita uma primeira avaliação, parece ter sido roubado o dinheiro que existia no cofre onde se acendem as velas e que muitos poucos euros ou cêntimos devia ter, como é costume.
É geralmente sabido que na igreja dos Forcalhos não se conserva dinheiro.
Julga-se que as autoridades não teriam muito trabalho para descobrir o assaltante.
O facto terá ocorrido durante o dia. Introduziram um objecto metálico entre a porta e o batente, forçaram para diante e rebentaram com o batente.
O larápio devia estar muito aflito por dinheiro, ou contentar-se, à partida, com pouco.
Belos tempos em que as igrejas podiam ficar todo o dia abertas para os crentes irem rezar. É pena que haja quem assim proceda sem respeito pelos locais sagrados.







- Estado em que ficou o batente da porta que liga a igreja à sacristia.









CHGJ

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27 março, 2006

 

124. Forcalhos - clip experimental

Na intenção de mostrar algumas imagens em movimento (filmes, vídeos, …) o blog “Notícias dos Forcalhos” registou-se no “Google Vídeo” AQUI.
Feito o registo havia que testar o serviço. Para tal criei um pequeno clip, de forma básica, sobre os Forcalhos, e coloquei-o no “Google Vídeo”. A qualidade da imagem não é a melhor, mas, para visualização na net, é aceitável. Assim sendo, já estamos preparados para, de hora em diante, apresentar neste blog cenas animadas.
Ainda em relação ao clip, que mencionei acima, quando o realizei não tinha intenção de o publicar no blog uma vez que foi feito só a título experimental. Mas, por insistência de alguém (CHGJ) optámos por o publicar.
Chamo a atenção que o cantar inicial é uma sobreposição. Foi extraído de uma gravação áudio, de um cantar ao desafio em 24-12-1989, sendo o tocador do "harmónico" o saudoso ti Carriço. Mais adiante, ainda quase no início da procissão, também há uma música sobreposta, “Nossa Senhora da Póvoa”, gravada em 1984 no magusto de Monsanto (Lisboa).
Para ver o clip basta clicar na imagem abaixo.

 Forcalhos clip experimental

OJ

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23 março, 2006

 

123. Lageosa ou Lajeosa? II

Complemento do post anterior...

Lajeosa: assim mesmo. É esta a grafia que consta do Código da Divisão Administrativa e as designações neste inclusas são as oficiais.
Por outro lado, confirmei, na III Série do Diário da República, de 15-11-1996, que a Assembleia de Freguesia, em reunião de 03-09-1996, aprovou a heráldica, onde consta a designação de “Lajeosa”, e que o Presidente da Junta de Freguesia, José Antunes Nabeiro, a mandou publicar em DR. Como cidadão disciplinado passarei a escrever “Lajeosa”.
Claro que cada um pode escrever como lhe apetecer. Já não compreendo que entidades oficiais, como a Câmara e a Junta de Freguesia, façam o mesmo. Estas entidades, por coerência, nos seus documentos, nos seus “sites”, nas placas toponímicas e de sinalização, devem escrever ou mandar gravar “Lajeosa”. Se assim não quiserem fazer, devem, previamente, promover, junto de quem de direito, a alteração da actual grafia oficial para a anterior que era Lageosa com g.

CHGJ

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22 março, 2006

 

122. Lageosa ou Lajeosa?

O problema levantado parece uma ninharia. Contudo, neste momento, reina uma grande confusão sobre a grafia do nome desta terra, nossa vizinha.
Se olharmos para os mapas existentes no mercado, constatamos que, nos mais recentes, aparece Lajeosa.
No próprio "site" da Câmara Municipal do Sabugal, se bem pesquisarem, lerão, em umas áreas do site, Lageosa e, em outras áreas do mesmo site, Lajeosa.
Em publicações oficiais, surgem as duas variantes.
Os dicionários corográficos e enciclopédias, infelizmente, não são uniformes.
Se formos à heráldica da freguesia, na reprodução do brasão encontramos também duas versões: Lageosa, no site "Lageosa da Raia" AQUI; Lajeosa, em "Home Page do Físico" AQUI. Nesta página da Home Page do Físico diz-se que a heráldica (naturalmente a que apresentam, com Lajeosa) foi publicada na III Série do Diário da República, de 15-11-1996. Não terá sido ela previamente aprovada pela Junta e Assembleia de Freguesia? Se sim, só há que a respeitar ou, então, promover a sua alteração, por via oficial. Não tive tempo de confirmar, no Diário da República.











Nesta questão, julgo que os naturais têm uma palavra a dizer.
A forma correcta de escrever o nome de algumas terras é um problema. Lembram-se do célebre Tino, Presidente da Junta de Rãs? Não sei se é verdade, mas ouvi dizer que tinha sido Rans, passou a Rãs e voltou a Rans. Eu próprio andei mais de 40 anos a escrever, como freguesia da minha residência, Boavista para, agora, recentemente, uns iluminados descobrirem que, afinal, é Boa Vista.

Frequentei a escola primária dos Forcalhos e, para passar para a 4ª classe, eu e os meus colegas de classe tivemos de fazer exame na escola da Lageosa. O exame metia prova escrita onde escrevemos – assim nos ensinaram – Lageosa.
Os dicionários registam os termos de laje, laja, lájea. Os puristas, considerando a palavra derivada, escrevem Lajeosa. Outros, talvez por isso e/ou por ignorância da tradição local, fazem o mesmo.
No jornalzinho "Notícias dos Forcalhos", nº 39, de Dezembro de 2002, escrevemos um apontamento sobre os Forcalhos em que referimos que "o mais antigo documento que se lhe refere e de que, pessoalmente, temos notícia é uma petição feita em 1365, ao Papa Urbano V, por um presbítero chamado Gil Esteves, a propósito dos benefícios das paróquias de Aldeia do Bispo, da Lageosa e dos Forcalhos, na altura pertencentes à diocese de Ciudad Rodrigo [… beneficium, quod in sancte Michaelis de Aldea Episcopi et in sancte Maria Magdalene de Lageosa et in sancte Marie Magdalene de los Forcalles parrochialibus ecclesiis unitis diocesis Civitatensis…]” (A. Domingues de Sousa Costa, Monumenta Portugaliae Vaticana, I, Porto, 1968, p. 490). Pelos vistos já então se escreveu Lageosa.
Por curiosidade, acrescentamos que no cadastro da população do reino, de 1527, consta a Lageosa com 42 fogos. Nas memórias paroquiais de 1758, o pároco indica a Lageosa com 149 pessoas. Na sua Geografia Histórica, de 1736, D. Luís Caetano de Lima aponta, para a Lageosa, 30 fogos e 77 almas. Por curiosidade, ainda, nos censos da população aparece Lageosa em 1864, 1878, 1890 e 1900. A partir deste último, a freguesia é designada, nos censos, por Lajeosa.
Em duas obras muito consultadas, Portugal Antigo e Moderno, de Pinho Leal e no Dicionário Corográfico, de Américo Costa, lá vem a Lageosa.
Quanto a mim prefiro – mas quem sou eu para preferir alguma coisa neste caso?... – mas sempre adianto que prefiro Lageosa pois foi assim que me ensinaram, foi assim durante muito tempo e é assim que vejo escrito nos mais de vinte "sites" e "blogs" de gente desta linda terra (incluindo o site da sua Junta de Freguesia AQUI).
Por vezes (e até em placas toponímicas locais) pode ver-se "Lageosa da Raia". Julgo que será para a distinguir da Lageosa (ou Lajeosa?) do Mondego. Mas há mais, pelo menos nos concelhos de Oliveira do Hospital, Tondela, Tábua, Fornos de Algodres, Viseu, S. Pedro do Sul, Celorico da Beira.

Amigos da Lageosa, vejam o que consta do Código da Divisão Administrativa e, consequentemente, do INE; requeiram o que entenderem, se for caso disso… mas lutem pela consagração e uniformização da grafia que pretendem, se é que isso lhes interessa.
Neste momento, segundo parece (e sem aprofundar mais), a Junta e as gentes da terra escrevem Lageosa mas, pelo Código da Divisão Administrativa e pela heráldica aprovada e publicada em DR (segundo a Home Page do Físico), deve ser Lajeosa. Estarei enganado? Haja quem explique melhor.


CHGJ

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20 março, 2006

 

121. Descubra as diferenças! II























-Fig.1 ________________________________ - Fig.2


As imagens acima têm uma diferença. Onde está? E qual das imagens é que está correcta?
Está feito mais um desafio. Digam de vossa justiça nos comentários.


---- Actualizado no dia 22 de Março de 2006 com a informação devida. ----


Sem dúvida que a diferença entre as imagens está na palavra Lageosa/Lajeosa diferindo o "G" do "J". Relativamente à segunda questão encaminho para a leitura do próximo post.
Fica, também, registado o nosso agradecimento pela participação, tanto neste post como no anterior.


OJ

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17 março, 2006

 

120. Descubra as diferenças!





















-Fig.1 ________________________________ - Fig.2


As imagens acima têm diferenças. Onde estão? E qual das imagens é que está mais correcta?
Está feito o desafio. Digam de vossa justiça nos comentários.


---- Actualizado no dia 20 de Março de 2006 com a informação devida. ---


As diferenças estão nas travessas horizontais do forcão que na figura 1 (tirada de AQUI) saem para fora do forcão e na figura 2 não.
Realmente nos forcões só a travessa junto das galhas é que tem as suas pontas mais sobressaídas sendo como uma última segurança a travar o touro de forma a este não conseguir passar para além dela.
Quem me chamou a atenção para este facto foi, já há algum tempo, o Presidente da Junta, José Alves.
A ilustrar duas imagens.
















- (Esquerda) As setas a preto indicam as diferenças.
- (Direita) Foto do forcão, tirada na Lageosa neste Inverno.


Normalmente nos brasões utilizam-se formas simbólicas e estilizadas, conforme afirma o José nos comentários. Por exemplo, é muito comum as terras fortificadas colocarem nos seus brasões castelos simbólicos que figurativamente nada têm com o da terra.
É com esse entendimento que observamos o forcão desenhado no brasão porque senão ainda podíamos apontar mais umas imprecisões.
Embora a capeia com forcão esteja espalhada pelas aldeias da região nós somos a única freguesia que incluiu a sua representação no brasão, tornando-o bastante original. A justificar está o facto de se considerar como provável que a origem deste tipo de capeia tenha origem nos Forcalhos.
Mas outras falhas acontecem, por vezes, em outros brasões. Segue mais um no próximo post.


OJ

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15 março, 2006

 

119. Lageosa

Os Forcalhos tem como vizinhos directos três aldeias: Lageosa, Aldeia Velha e Aldeia da Ponte. Embora sejam terras conhecidas de todos, também é verdade que, em muitos, o conhecimento resume-se à estrada principal, a alguns locais públicos, como os cafés, ou aos locais onde se desenrola a capeia, e à casa de um ou outro amigo.
Numa tentativa de ampliar esse conhecimento arranco com uma abordagem às respectivas aldeias através da proposta de um roteiro para cada uma delas. É certo que a construção do roteiro foi efectuada de forma isolada, sem grande material de apoio, e no tempo disponível que consegui para o efeito. É, por isso, natural que haja falhas de monta. Fica o apelo aos leitores que melhor conhecem a terra ou são seus naturais, para através dos comentários corrigirem algum erro ou acrescentarem mais valias.
Neste "post" abordamos a Lageosa.
Começamos com a apresentação dos principais monumentos ou pontos de interesse e no final segue o mapa com o roteiro desenhado.


Lageosa





- Imagem tirada da "A Home Page do Físico" AQUI, e alterada.




A origem do nome tem como provável justificação a existência de grandes lajes de granito, tanto dentro da povoação como em seu redor. Também há quem aponte, como plausível, origens megalíticas.
É uma das freguesias do concelho do Sabugal que faz fronteira com Espanha, a nordeste e a sudeste. Também faz delimitação com os Forcalhos, a Aldeia Velha e a Aldeia do Bispo.
Terra de fronteira, de emigração, e de tradições onde ressalta a capeia com forcão.
Para além da agricultura tradicional da zona, abundava um significativo cultivo de batatas que terá na origem da denominação dos seus habitantes de "patatucos".


Igreja










A padroeira é Nossa Senhora das Neves, tendo festa em 5 de Agosto.
De arquitectura barroca singela tem por cima da porta da fachada lavrado "Ano de 1774". O seu interior é constituído por 3 altares sendo o principal de tipo barroco básico com alguns elementos rocaille, e os dois laterais numa tipologia de tendências neogóticas. O tecto do altar-mor é pintado e o da assembleia tem um medalhão, também pintado, da padroeira.
Ainda mantêm o púlpito, também de tipologia neogótica.
Existem diversas imagens de santos.


Campanário










O campanário é despegado da igreja embora se situe perto da fachada desta. É constituído por dois arcos que alojam os respectivos sinos.


Capela mortuária










É uma construção recente, inaugurada ainda há pouco tempo. Foi edificada no antigo cemitério, no lado norte da Igreja, junto ao campanário. Junto desta encontram-se algumas pedras lavradas como um cruzeiro partido.


Janela pintada










Um raríssimo exemplo da arquitectura "fingida", utilizada em outros tempos, de forma a equilibrar esteticamente uma fachada.


Casas típicas










Normalmente são casas de 2 pisos, ficando, no de baixo, denominado loja, espaços para animais, adega e para os produtos agrícolas. O piso superior corresponde à habitação a que se acede através dos degraus dos tradicionais balcões. De baixo dos balcões geralmente estava uma cortelha.
A Lageosa ainda tem muitas casas de pedra.
Também as casas de 1 piso são típicas e numerosas.


Moinho










Bem no meio da aldeia podemos encontrar um moinho, já desactivado, numa composição muito harmoniosa com o espaço envolvente.


Chafariz










Singelo chafariz de arquitectura semelhante ao que se encontra junto à "escola".


Interior da Lageosa










Quase escondida, mas no meio da Lageosa, existe uma zona de belo enquadramento com a ribeira, a presa, as lajes, as casas e o moinho. Diria mesmo que é um local mágico que nos faz compreender o nome Lageosa. De tão sugestivo, merecia um melhor aproveitamento.


Capela do Espírito Santo










Capela de estilo barroco. No dia do Espírito Santo a imagem segue em procissão da igreja matriz para a capela.
O percurso era, antes, alcatifado com flor de giesta.


Casa sobre a rocha










Conservam-se várias casas construídas directamente sobre as rochas como esta.


Ponte










A ponte assenta directamente nas lajes. Sem antiguidade assinalável. Da ponte observa-se a ribeira a correr em leito formado por lajes.


Chafariz










Singelo chafariz. Encontra-se no largo onde está a escola, a ponte, e as alminhas.


Alminhas










Alminhas, evocando a religiosidade do povo. São muito características da nossa região sendo normalmente lavradas numa só pedra e colocadas à beira de uma estrada ou caminho.


Escolas










Antiga escola primária, hoje com outros fins: Junta de Freguesia e Centro de Convívio.


Chafariz










Chafariz com bebedouros para animais.


Nicho










Com data de 1985 alberga a imagem de Nossa Senhora das Neves.


Depois desta apresentação generalista acrescento o mapa. Contudo algumas considerações.
Através da página do SNIG AQUI tentei extrair a imagem aérea da Lageosa. Contudo, verifiquei que só se encontrava meia aldeia, não apresentando qualquer imagem da outra parte até à fronteira… não entendo porquê! Será que tinham receio de entrar por Espanha adentro? Mas quanto a isso os espanhóis, numa página similar SIGPAC AQUI, não tiveram pejo e entraram na nossa fronteira adentro e, inclusive, apanham parte dos Forcalhos.
Isto, em si, limitou a minha prospecção no terreno.
Mais tarde conseguiram-me uma vista aérea da Lageosa, mas de data já antiga. Para que o roteiro tivesse um mínimo de actualização optei por juntar a metade extraída do SNIG com a imagem antiga. Por isso uma metade é a cores e outra a preto e branco, correspondendo cada metade à sua época. Ao seguirem na zona relativa ao preto e branco terão de ter em conta as alterações prováveis do decorrer do tempo.
Para melhor visualização ou imprimir clicar na imagem abaixo.



































OJ

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13 março, 2006

 

118. Luz

Mais uma colaboração de Fernando Lourenço. É bom verificar que os leitores do blog se vão desinibindo e partilhando as suas estórias com todos nós, dando-lhe mais colorido e enriquecendo-o.
OJ



Luz

Tudo evoluiu, não só Lisboa, e ainda bem.
Se nos lembrarmos, por exemplo, dos Forcalhos, há 30 anos, poucas eram as casas caiadas. Na grande maioria eram casas de granito. Não havia estrada ou caminhos com alcatrão, nem tão pouco ruas calcetadas....
Tenho uma vaga lembrança dos serões á luz da candeia de petróleo e de electrificarem os Forcalhos.
Recordo um caso que era muito comentado na altura acerca do "ti Bergílio" (O ghughu que m'apertam) e da mulher, a tê Ana.
Ele era muito surdo, falava muito alto e era hilariante ouvi-lo a contar:
- Eu no queria pôr a luz, mas a Ana ateimou que sim e lá falou cu home pra
fazer o trabalho. No primeiro dia, tcheguei a casa abri a porta da loije pra intrarem as
bacas, dei ó brotcho.....Ai que beleza.... ai que beleza... a loije tcheia... a loije tcheia...










Ainda a propósito da electrificação, lembro-me dum electricista chamado Fernando, de ar bonacheirão e bigode farto, que ficou muito popular por aquelas bandas, devido à sua simpatia...
Estava ele um dia, em cima duma escada, encostada à casa de meus pais, executando o seu trabalho e cá em baixo estavam meus pais, alguns vizinhos, outro electricista e eu, muito curioso, a observá-lo...
Brincalhão, como sempre, questionou-me:
- Ó Zé, como é que te chamas?
- Olhe que eu não sou Zé, chamo-me Fernando - respondi eu.
- Pior um pouco... os Fernandos são todos malucos - disse ele.
- Então o senhor também é maluco, porque também se chama Fernando - respondi eu prontamente.
Foi um fartote de rir entre todos os presentes, que comentavam:
- Por esta é que o senhor Fernando não esperava...

Fernando Lourenço

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09 março, 2006

 

117. Um testemunho

Sabendo eu que o Marco Pespega esteve este período de Carnaval nos Forcalhos e, inclusive, foi brindado também com a neve, solicitei-lhe que nos enviasse um testemunho para publicar num post. Não estando ele habituado a escrever artigos sei que teve de duplicar o esforço que agradeço desde já. Em anexo juntou fotos com o cenário, sempre belo, da Consolação, desta vez cheio de neve, de que aqui publicamos algumas.
OJ


O testemunho





- Portal de entrada para o recinto da Consolação com neve deste Carnaval. Cortesia de Marco Pespega.




Para descansar do Stress do Trabalho ou mesmo da cidade para mim não há melhor remédio do que passar uns dias nos Forcalhos. Temos um ar puro do campo, temos paisagem, sítios óptimos para passear, temos o caldo escoado entre muitas coisas mais. Gosto de, quando chega a noite, ouvir o silêncio, de acordar de manha e não ter de ouvir carros a passar, de não ver gente apressada a correr para o emprego, de não ter filas de trânsito. Aliás, quanto a esta ultima, apenas quando há algum pastor com as ovelhas no meio da estrada.
E por falar em pastor e ovelhas, estou a lembrar-me do Bilo Charrito que costuma levar as ovelhas para o lameiro indo atrás delas a apitar com a carrinha.










- Mais três imagens ilustrando a Consolação em dia de neve. Cortesia de Marco Pespega.

Outra das coisas de que muito gosto é de ir com o Zé Noi dar comida aos touros e, claro, da Capeia no Verão.
No Inverno temos um clima muito frio, mas nada que uma casaca e um bom lume não resolvam. Aliás, temos o fogo no Natal, altura em que a malta se junta em volta do enorme madeiro, enquanto convive com os amigos e bebe uns copos que sempre ajudam a aquecer. E por frio, não podia deixar de falar na neve que, com o seu manto, cobre a zona nos dias de Inverno.
Mas é por estas coisas todas que eu adoro os Forcalhos.

Marco Pespega



PS: Actualização do post n.º 57 (Zé Nói no “Cinco Quinas”) com uma imagem a cores AQUI. Cortesia de Marco Pespega.

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