31 julho, 2005

 

21. Jogos e brincadeiras II

Vou tentar explicar como meu pai me fazia - era eu criança - um brinquedo barato e simples.
Para o efeito abria-se uma noz e, retirada a parte comestível, cortava-se, a uma das metades, a parte posterior (1 - a). Abriam-se duas pequenas reentrâncias nos rebordos, para melhor se segurar a linha que se vai meter a seguir ( 1 - b).




















Com uma linha dão-se varias voltas apertadas na casca de noz, em sentido transversal, passando pelas reentrâncias, como se exemplifica (2 - c) e atam-se as pontas.



















Passa-se um pauzito espalmado numa das pontas (ou todo) e dá-se com ele uma série de voltas no sentido da seta da fig. 3, até se obter o efeito de uma mola que puxe o pauzito de encontro à ponta da casca de noz.



















Está concluído o objecto. E agora?



















Para brincar segura-se na a mão esquerda e com um dedo da mão direita carrega-se na ponta do pauzito (fig. 5). Solta-se. A ponta espalmada baterá com força na ponta da casca de noz produzindo um estalinho.




















Experimente.



















(Fonte: Notícias dos Forcalhos n.º28 de Junho de 1997)
C.H.G.J.

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24 julho, 2005

 

20. Jogos e brincadeiras I

Os jogos espelham, pelo menos muitas vezes, o ambiente em que se vive. Se os garotos da cidade brincavam aos policias e ladrões, nós, nos Forcalhos, divertíamo-nos ao contrabando.
Para este jogo traçavam-se dois riscos paralelos no chão de uma rua, distanciados, entre si, de alguns metros. Entre esses traços ficava a zona em que os carabineiros podiam tirar o contrabando e prender os contrabandistas.
O grupo de crianças escolhia dois elementos para carabineiros. O resto era tudo contrabandista e postava-se fora dos riscos. Os carabineiros ocupavam o seu posto. Dava-se o sinal e os contrabandistas atravessavam de um lado para o outro sem levar nada ou carregados de contrabando simbolizado, quase sempre, por pedras. A habilidade consistia em passar fugindo e fintando os carabineiros que se esforçavam por agarrar e prender os contrabandistas. Os presos ficavam inactivos até o jogo terminar. Este terminava quando todos os contrabandistas estivessem presos.
O grupo era mais ou menos numeroso, conforme os casos, e os espaços de actuação variavam de alguns metros a toda uma rua.

















Este jogo é uma adaptação que não reflecte, fielmente, a realidade pois a raia é uma linha (não um espaço compreendido entre duas linhas) com Portugal de um lado e Espanha do outro. Também os agentes que contrariavam a actividade dos contrabandistas eram de natureza diferente: os carabineiros espanhóis e os guardas-fiscais portugueses.
Julgo que a adaptação se explicará facilmente. O pequeno contrabando consistia em trazer mercadorias das aldeias espanholas para as portuguesas. Ia-se a Albergueria de Argañan, vendia-se uma dúzia de ovos e trazia-se um quilo de arroz, um litro de azeite, umas alpergatas, sandálias ou coisa similar. Na prática, os guardas fronteiriços só apareciam e tiravam os produtos no espaço compreendido entre a aldeia espanhola e a aldeia portuguesa, espaço traduzido, no jogo, pela zona delimitada pelos dois riscos. Ninguém podia devassar as casas à procura fosse do que fosse.

As ideias-base do jogo estão certas. Existe uma zona intermédia onde o contrabandista poderia ser preso ou o contrabando apreendido. O facto de o contrabandista poder ser espoliado pela guarda-fiscal ou pelos carabineiros pouco contava. Por isso se reduziram os agentes à espécie mais «folclórica», que dava mais vistas: os carabineiros.

Com a União Europeia, as mercadorias passaram a circular livremente e foram extintos todos os postos fronteiriços da guarda-fiscal e dos carabineiros, existentes nas aldeias raianas. A própria guarda-fiscal e os carabineiros foram integrados noutros corpos policiais deixando também eles de existir.
Em suma: deixou de haver o tradicional contrabando na nossa área. Isto, aliado a um menor número de crianças na aldeia, condenou este jogo ao desaparecimento. Para memória aqui fica este apontamento.
(Fonte: Notícias dos Forcalhos n.º7 de Janeiro de 1987)
C. H. G. J.

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17 julho, 2005

 

19. IN MEMORIAM

Não são só os seres vivos que nascem, crescem e morrem. Muitos projectos são criados e a partir daí vão-se desenvolvendo. Uns morrem à nascença e outros vingam crescendo. O fim também é uma meta que alcançam e aí se extinguem, embora, quando o projecto é bom, deixa marcas e memórias.
Confirma-se o fim de um dos blogs que tem vindo a marcar a net. Relacionado com a temática da arqueologia apresentou-se de forma coerente, acessível e interessante. Falo do “Arqueoblogo”. Um blog criado e desenvolvido pelo arqueólogo da Câmara do Sabugal, Marcos Osório.





- Rosto (restos arqueológicos?) do blog de Marcos Osório "Arqueoblogo"






O seu blog vai-nos deixar saudades. Esperemos, contudo, que o bichinho bloguista permaneça dentro dele e nos próximos tempos nos surja com outro projecto tão interessante quanto este com que nos brindou ao longo de dois anos.
Não posso de deixar de dizer que o seu blog também foi fonte de inspiração e ânimo para a construção do nosso blog “Noticias dos Forcalhos”.

OJ

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16 julho, 2005

 

18. Notícias - Parque de merendas na Consolação

No canto poente do recinto da ermida da Nossa Senhora da Consolação, a Junta de Freguesia construiu um alpendre que servirá de apoio para quem queira aí preparar uma merenda ou pretenda simplesmente merendar.
Para este efeito fez um furo para obter água nesta zona onde ela não abunda.
Construiu também um WC.
Em Agosto já haverá um mínimo de condições que se espera melhor no futuro.
O Vicente Bárbara cedeu uma porção de terreno junto à extrema para aí se colocarem bancos, aproveitando a sombra de alguns carvalhos.
Para ele o reconhecimento público. O mesmo se espera da família Camejo.
Também o José Monteiro Martins cedeu uma pequena parcela de terreno.
Para todos os que colaboraram o nosso agradecimento.














-Arranque das obras do alpendre em 12-06-2005, entretanto concluídas.
CHGJ

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15 julho, 2005

 

17. Notícias - Saneamento

No mês passado arrancaram as obras do saneamento dos Forcalhos.















Nas fotos, as máquinas de abertura das valas e colocação da tubagem respectiva.
Acidentalmente aconteceram alguns cortes dos tubos da abastecimento de água, prontamente resolvidos.















CHGJ

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14 julho, 2005

 

16.Arquivo JNF - Há 20 anos

Do jornal n.º3 - Notícias - III


Neste mesmo número saíu uma página inteira com fotos ilustrando seis momentos do encerro. Descobertas as fotos originais publicamo-las com a mais valia de serem a cores:

"IMAGENS
Capeia de 1984-Seis momentos de encerro












1- Já lá vêm!...Já lá vêm!...
Ao fundo, junto da casa do ti Lei Paquete, à frente de uma nuvem de poeira, a mancha negra dos bois.
2- Convém fugir ou procurar a segurança em cima de uma parede. Os mais velhos e pesados são os primeiros... Os mais novos e leves são os últimos...












3- Segundos depois... com o caminho livre... aparece o guia espanhol
4- Finalmente... os bois.












5- Depois... os nossos cavaleiros
6- ... no meio da poeirada.
C.H.G.J."

OJ

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15.Arquivo JNF - Há 20 anos

Do jornal n.º3 - Notícias - II


Na continuidade do artigo “Notícias” de 1985 vamos deparar com uma modificação na tradição. A emancipação das mulheres acontece e, pela primeira vez, a juntar aos dois mordomos são nomeadas duas mordomas. Neste ano o encerro foi cheio de emoção e peripécias.

"No dia 20 muita gente a ver o encerro. O gado veio de Espanha, entrou pelo caminho das Casilhas e encerrou-se por voltas das 11 horas. Deitaram-se os foguetes de aviso e saiu a prova.
Serviram de mordomos do Santo Menino o António Alberto Reino Pelicano e o Américo Leal. Novos mordomos José Manuel Alves Fernandes e José Carlos Jorge Aposta. Pela primeira vez, contra a tradição, indicaram-se mais duas raparigas como mordomas: Maria Helena Jorge Aposta e Olga Carlos.
O gado era de Guinaldo.
Eram 17.30 horas quando começou a capeia com o pedir da praça.
Houve alguns momentos de emoção. Assim aconteceu quando um boi pegou rijamente à galha do Joaquim Fernando Jorge da Fonseca Nunes. Mas ele, os moços e os rabejadores aguentaram-se. Momentos depois foi colhido um rapaz novo, de fora, diziam que da Lageosa. No meio dos gritos da assistência acudiram os moços e o Cassiano Alves Aposta (Tàtíto) ainda chegou a agarrar-se ao touro.
Para o último colocaram o forcão no meio Corro e pegaram à galha os veteranos Adérito Manso e Cassiano Tàtíto. O boi pegou tão fortemente à galha do Adérito que se chegou a temer o pior. Entre os que intervieram para desviar, apareceu o Zé Noi (Presidente da Junta da Freguesia). O boi perseguiu-o, ele escorregou, ainda levou uma cambalhota mas, felizmente, sem novidade.
Saiu uma vitela para as raparigas que pegaram ao forcão e se houveram bem. Fez uma pega de caras o José Domingos Sanches Aparício. Houve um saldo de 83.700$00 que os mordomos dividiram pela junta e pela A.R.C.F."

OJ

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13 julho, 2005

 

14.Arquivo JNF - Há 20 anos

Do jornal n.º3 - Notícias - I

O verão chegou e as festas estão próximas. Enquanto não chega o dia vamos recordar o que dizia o nosso jornal hà 20 anos. Faço uma chamada de atenção para o conjunto de dias que o Quim Barreiros actuou nos Forcalhos. Hoje, creio, seria impensável conseguir tamanha proeza atendendo aos custos a que isso acarretaria.

"Notícias

Correram com o habitual entusiasmo, as festas de Verão. Estiveram presentes muitos emigrantes e forasteiros.No sábado, 18 de Agosto, apareceu o tambor.No domingo, 19, a festa em honra do Santíssimo Sacramento. Bem cedo, a alvorada. A missa, pelas treze horas, foi celebrada pelo nosso pároco coadjuvado pelo pároco da Aldeia Velha e pelo Cónego Lourenço Lavajo, natural de Aldeia da Ponte e Reitor do Seminário de Évora. Pregou o Cónego Lavajo. Muitas pessoas comungaram. Seguiu-se a procissão pelas ruas da freguesia. À noite houve fogo preso nas eiras.O conjunto do Quim Barreiros animou a festa nos dias 19, 20, 21, com especial recurso à música popular portuguesa. Novos, velhos e pessoas de fora dançaram e saltaram à Praça."
OJ

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12 julho, 2005

 

13.Jornal n.º 44 "Noticias dos Forcalhos" concluído

A edição do jornal, n.º 44, "Notícias dos Forcalhos" fechou hoje. A montagem também está pronta seguindo amanhã para a fotocopiadora.














Como de costume começa o jornal com artigos relacionados sobre a A.R.C.F. Passa por notícias relativas a forcalhenses e toca numa polémica sobre a extinção de freguesias. Relembra-nos o já saudoso ti Carriço. Conta-nos curiosidades. Relata alguns trabalhos efectuados pela Junta de Freguesia. A nível histórico desenvolve um tema muito interessante e já abordado no post n.º2 "Os Forcalhos entre 1678 e 1696" baseado nas memórias dos registos paroquiais. Também há um artigo baseado na vivência popular da nossa terra. Outro tema controverso tem como título "Serra das Mesas? Serra da Malcata?". A terminar mais um cartoon de Sérgio Vieira com seu humor mordaz e um apontamento sobre este blog.

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09 julho, 2005

 

12.Forcalhos e a 1ª escola de carrilhão de Portugal

A primeira escola de carrilhão do país terminou as aulas de iniciação ao carrilhão entrando num período de férias. Esta escola também tem marca forcalhense.





Torre da Sé Catedral de Leiria.









Pode-se dizer que o mais pesado dos instrumentos é o carrilhão de sinos .
Atendendo à sua singularidade e aos custos inerentes à sua construção não são instrumentos vulgares. Em Portugal, até fins do século XX só existia o carrilhão de Mafra, embora pelo país existissem vários jogos de sinos.

Para ser considerado um carrilhão é necessário ter um mínimo de 23 sinos (correspondendo a 2 oitavas) e uma consola onde o carrilhanista pode tocar. Quando a quantidade é inferior é considerado um jogo de sinos e, normalmente, são tocados por meio de sistemas automáticos, como são os casos das torres das diversas paróquias.

Mafra é uma referência nacional e internacional não só devido ao tamanho mas também à sua antiguidade, estando entre os mais velhos da Europa. Embora a grande tradição de carrilhão se situe nos Países-Baixos as diversas guerras foram delapidando todo esse património desfazendo o metal dos sinos para a construção de material bélico. Mafra, nunca sofrendo por causa de guerras, tem assim um lugar de destaque na cena internacional.
Em 1995 é inaugurado um carrilhão na cidade do Porto composto por 49 sinos e instalado na Torre dos Clérigos.






Interior da torre da Sé Catedral de Leiria. Conjunto de sinos do Carrilhão.








Em 2004 é a vez de Leiria. Na sequência do restauro do jogo de 8 sinos da torre da sé catedral, o cabido decide adquirir um carrilhão de 23 sinos. A torre ficou assim com os antigos 8 sinos, visíveis nos campanários da torre e que formam um jogo de sinos possíveis de tocar através do velho teclado rústico, e um carrilhão de 23 sinos implantado no interior da torre com uma consola própria de acordo com os padrões internacionais europeus. Um destes novos sinos foi oferecido pela família do nosso conterrâneo Dr Carlos Jorge.
Recentemente foi em Alverca inaugurado aquele que é considerado o 2º maior da Europa constituído por 69 sinos mas preparado para mais tarde ter 72 sinos.






Os dois alunos forcalhenses a tocar na consola da torre.






Apesar deste património nunca existiu em Portugal uma escola de carrilhão. Os pouquíssimos carrilhanista portugueses aprenderam com os mais velhos e depois receberam formação no estrangeiro.
O cabido da Sé de Leiria conhecendo esta realidade decidiu adquirir uma consola de estudo (em que o som sai electronicamente, como o de um órgão eléctrico, embora o teclado seja próprio para carrilhão) e instalou-o numa sala do Seminário diocesano. Em parceria com a SAMP criou a primeira escola de carrilhão de Portugal. Como em Espanha não conhecemos nenhuma escola de carrilhão podemos alargar o espaço e afirmar como a primeira escola de carrilhão da Península Ibérica. A escola arrancou com quase uma dúzia de alunos. E neste meio tão pequeno, os Forcalhos conta com dois conterrâneos entre os seus alunos, Dr Carlos Jorge e Orlindo Jorge.







O professor da escola de carrilhão e carrilhanista de Mafra.







As aulas são orientadas pelo Professor Abel Chaves carrilhanista de Mafra e reconhecido internacionalmente.
Este sábado foi a última aula deste ano lectivo, entrando agora um período de férias.
OJ

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08 julho, 2005

 

11. O antes e o depois...

Ermida de Nossa Senhora da Consolação












1977/1982 - A ermida em plena ruína.

















1988 - A recuperação em andamento. O campanário é reposto. Do original existe a base, ainda no lugar primitivo, e o arco, recolhido do chão onde se encontrava caído. Tanto a cruz como os pilares de sustentação do arco foram construídos de novo uma vez que eram desconhecidos os seus paradeiros.










2000 - O telhado está concluído.









2002 - Os trabalhos gerais do exterior da ermida encontram-se concluídos. Na entrada é colocada uma porta nova.










OJ

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07 julho, 2005

 

10. Seca

Devido ao baixo nível de água na captação subterrânea no Carapito a rede pública dos Forcalhos está a ser abastecida pelo município através de autotanques dos bombeiros. No concelho do Sabugal estão também em situação idêntica Arrifana e o próprio Sabugal (Consulta na pagina 17 do relatório quinzenal de 15 de Junho de 2005 do
Relatório da Comissão Seca 2005).





















(de: "Relatório da Comissão Seca 2005")

Transcrevo, do relatório, alguma informação sobre a Beira interior:

-A situação dos cereais praganosos de sequeiro mantém-se idêntica à referida no relatório anterior. O desenvolvimento vegetativo destas culturas está mais ou menos atrasado, conforme as zonas. A sua produtividade em grão deverá ser quase nula, dado que a área ainda existente irá ser destinada à alimentação animal, pois não compensa proceder à sua colheita.

- […] a pouca precipitação ocorrida no mês de Maio não veio melhorar a situação das culturas já afectadas; apenas poderá ter ajudado algumas sementeiras das culturas de Primavera-Verão. A batata de regadio tem estado a desenvolver-se com normalidade.

-Tal como no relatório anterior, os prados, pastagens, e culturas forrageiras, apresentaram neste período temporal um determinado crescimento, já que caiu alguma precipitação; contudo a situação crítica que se vem sentindo foi apenas atenuada. Os lameiros produziram muito menor quantidade de feno (menos 60 a 70% relativamente a um ano normal) e em muitos casos de inferior qualidade, pois na maioria dos casos foram pastoreados, reduzindo-se ainda mais a possibilidade de constituição de “stocks” para o próximo Inverno. Continua-se a recorrer ao uso de rações como suplemento e equilíbrio da alimentação do gado, especialmente no leiteiro em produção e no de carne em fase de acabamento. Prevê-se que a área ainda existente de cereais para grão seja desviada para fenar, dado que não é rentável colhê-la. Devido às dificuldades na alimentação animal, alguns produtores continuam a vender os animais, verificando-se, certas dificuldades no escoamento dos mesmos, dado que a oferta é grande e a procura pequena. A falta de alimentos naturais condicionou a qualidade do leite e do queijo, nomeadamente na zona da Serra da Estrela.

- As sementeiras das culturas de Primavera-Verão decorrem com certa normalidade.

-Os olivais, os pomares de pomóideas e prunóideas e as vinhas estão a desenvolver-se normalmente.
OJ

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06 julho, 2005

 

9.Água - Escassez/Abundância














Este Inverno foi muito seco, com pouca chuva. A sua escassez já se faz sentir. O verão ainda vai no princípio e não se adivinha molhado.
Contudo houve anos em que o Inverno não só teve muitas chuvas como o excesso de água fez com que a água calcorrea-se por cima as margens da ponte impedindo a sua passagem a pé. A foto foi tirada em 1994.

OJ

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04 julho, 2005

 

8.Património da nossa terra.

Chafariz da praça.






















Este belo chafariz foi construído em 1932 pela Junta de Freguesia dos Forcalhos, conforme está gravado em sua fachada, e é o principal da aldeia.
A harmoniosa construção foi o emblema escolhido para a nossa "Associação Cultural e Recreativa dos Forcalhos" (conforme a representação que está no cabeçalho deste blog) e incluída na sua bandeira. Esta bandeira tem servido inclusive como representação do povo dos Forcalhos, pelo menos até à criação do brasão da junta de freguesia em tempos recentes.

OJ

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03 julho, 2005

 

7.Tradições - III - O regresso da romaria de São Marcos

Atitudes
As moças, na passagem do regato, tinham reacções diferentes, e nem todas passavam por aqui. Enquanto umas procuravam protecção arrumando-se às mulheres mais velhas, que avisavam os moços:- "Ah sês diabos! A ver se nos molhais!" -, outras, mais ariscas, lançavam-se num contra-ataque. Conta o capitão Martins no seu romance "Drama sob as nuvens.":





-Capa do Romance do capitão Martins,
"Drama sob as nuvens".










"A pouco e pouco aquela gente foi-se juntando na margem direita do regato. As pessoas, cujo temperamento e idade já lhes não permitia tomar parte na brincadeira, foram passando, de uma em uma, todas as alpondras até se situarem do outro lado. Algumas jovens mais timoratas, aproveitando-se dessa circunstância, buscaram a protecção que ao acaso lhes surgiu, mas sem uns borrifos de água límpida não se ficaram. Outras, mais amigas da folgança e no seu próprio interesse, desnudaram os pés e investiram galhardamente por entre um borrifeiro de gotas cristalinas que os endiabrados moços faziam elevar no espaço, constantemente. Depois, irrompendo pela água dentro, desataram em vigorosos contra-ataque, fazendo cair sobre os rapazes uma infinidade de jactos de água, lançados às mãos-cheias, ao mesmo tempo que, a pouco e pouco, foram passando para a outra margem.
De um e outro lado do regato a assistência ria a bom rir com a brincadeira. A hilariedade mais se acentuou nos circundantes, quando no final da refrega, viram um grupo de jovens moças a correr para a outra passagem mais acima, com receio da rega que as esperava e também porque ainda lhes não interessava grandemente a travessia do regato."
OJ

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