26 outubro, 2005

 

59. Património da nossa terra.

Igreja matriz dos Forcalhos


























Situa-se quase no centro da povoação, num dos locais mais elevados. Quem olha de longe para os Forcalhos observa um conjunto de telhados que sobem em escadinhas que é rematado pela igreja e torre dos sinos que nem um bolo com sua cereja.







- Cruz que remata a fachada da igreja paroquial dos Forcalhos.









A origem do templo é bastante antiga. Existem documentos que a mencionam já em 1593. Construída numa terra de fronteira sofreu com os conflitos entre Portugal e Espanha. As Guerras da Restauração da Independência, depois de 1640, deixaram marcas de destruição neste templo que o bispo de Lamego, diocese a que então os Forcalhos pertenciam, D. Luís de Sousa (1º bispo de Lamego depois da Restauração), mandou reconstruir à sua custa.




- Várias tipologias de janelas do templo.





Com o tempo sofreu vários restauros e, tudo indica, também foi ampliada. Teve campanário de dois arcos que foi substituído em 1939 por uma torre de cantaria construída pela Junta de Freguesia.
O seu orago é S. Maria Madalena, mas as principais festas são a do S. Sacramento (3º Domingo de Agosto) e a de S. Cruz (3 de Maio).
















- Interior: Os Altares, foto da esquerda. O coro alto, foto da direita.


Tem três altares com pintura marmoriada e com douramentos. São várias as imagens, sendo que a disposição destas se têm alterado ao longo do tempo. Destaco entre as imagens: a padroeira S. Maria Madalena; Nossa Senhora do Rosário, imagem vestida e muito venerada e que, em outros tempos, havia o costume de ir buscar o seu manto para proteger as parturientes; A imagem de São Marcos, que veio da ermida da Consolação; A imagem de Santa Cruz com o Cristo crucificado de boas dimensões e com carga dramática. Mais recentes são as imagens de N. S. de Fátima e do Sagrado Coração de Jesus que ocupam o lugar principal dos altares laterais.




- Santa Maria Madalena padroeira dos Forcalhos (esquerda).
Imagem vestida de N. S. do Rosário (direita).









- Imagem de São Marcos, recuperada da ermida da Consolação (esquerda).
Imagem da Santa Cruz com o Cristo Crucificado com as chagas exageradamente avivadas (direita).












- Imagem do Sagrado Coração de Jesus (esquerda).
Imagem de N. S. de Fátima (direita).














Por de baixo do coro alto, no lado direito para quem entra na igreja, encontra-se a pia baptismal. De pedra granítica está embutida na parede.








- Pia baptismal.









Na sacristia existe um lavabo esculpido em pedra de granito e assim como a bandeira da Irmandade do Senhor, com o arcanjo de um lado e o Cristo crucificado no outro. Este quadro acompanha os defuntos ao cemitério.




- Lavabo que se encontra na sacristia.

















- Pinturas que se encontram num e outro lado da bandeira da Irmandade do Senhor, utilizada para os cortejos fúnebres.










PS: Actualizado em 19-12-2005.

OJ

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23 outubro, 2005

 

58. Jogos e brincadeiras V

ASSOBIO/APITO DE CHAPA METÁLICA





-Um apito construído conforme as instruções deste artigo.





No jornal “Notícias dos Forcalhos, n.º22 de Julho de 1994 foi publicado um artigo de C.H.G.J. explicando a construção de mais um artefacto “popular”. Transcrevo:

"Não me atrevo a dizer que este "assobio" (ou apito) seja de qualificar como popular. Aprendi, no entanto, a faze-lo quando era criança, nos Forcalhos. Julgo ate que foi com o ti Jaime, o castiço caldeireiro de Alfaiates que ia aos Forcalhos no exercício da sua profissão e que entre nos se demorava, quando o trabalho dava para isso, como acontecia ao aproximar-se o Verão, altura em que se impunha o conserto ou a substituição dos copos das "rodas" de tirar água dos poços.

Para fazer o apito desenha-se, numa chapa metálica, uma figura parecida com um “L”, com dimensões aproximadas das do desenho anexo.
Dobra-se a superfície “B” sobre a “A” sem apertar, de forma a ficar espaço para passar o ar que, depois, se irá soprar.
A superfície assinalada com “C” dobra-se, por sua vez, por sob a “A”.
Arqueia-se a “D” como se vê na sequência dos desenhos.






- Planta do apito para desenhar na chapa metálica. A chapa metálica pode-se adquirir aproveitando lixo doméstico como as latas.









- Fig. 1: apito visto de lado.


- Fig. 2: apito visto pelo bocal onde se sopra.


- Fig. 3: desenho do apito. Para o som sair forte afinar a extremidade "D" para cima ou para baixo.




Pega-se no apito, tapam-se os lados do arco com os dedos polegar e indicador, cada um por seu lado.
Sopra-se. Se estiver bem feito ficarão surpreendidos com a eficácia.




- Para o som sair é necessário, ao soprar, tapar as laterais da zona arqueada com os dedos conforme a imagem.





Cuidado ao cortar a chapa metálica. Não deixem arestas vivas que firam os dedos."


Uma vez construí este apito e levei-o para um dos concursos “Óh forcão rapazes”. O som do apito era tão estridente e forte que consegui irritar os meus amigos.

OJ

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21 outubro, 2005

 

57. Zé Nói no “Cinco Quinas”

No jornal “Cinco Quinas”, n.º 54 de 30 de Setembro de 2005, na página 4 surge um artigo sobre o nosso conterrâneo Zé Nói.
Nele confessa o vício dos touros e a forma como trabalha a sua ganadaria onde tem 13 touros puros. O “Cinco Quinas” informa que “nunca alugou touros a outro ganadeiro.” E transcreve palavras do Zé Nói: “Eu não alugo touros. Gosto de trabalhar com aquilo que é meu. Se houver qualquer problema a responsabilidade é minha.
Os custos e os trabalhos de uma ganadaria são grandes e comenta esses factos assim como as responsabilidades inerentes.
O artigo é ilustrado com 2 fotos mostrando a bravura do Zé Nói. Deitado com um ramo de carvalho na boca, permite que um seu bravo touro se aproxime e retire o dito ramo que come. Sem dúvida que as imagens são elucidativas da relação amistosa entre o Zé Nói e os seus touros. Nós apresentamos uma das imagens.





- Zé Nói mostrando a afinidade que tem com o seu gado bravo conseguindo a proeza do touro retirar o ramo de carvalho da sua boca.







Termina o artigo do “Cinco Quinas”: “[…] é com orgulho que gosta de ver entrar na arena os seus touros e ouvir dizer que “Belo Touro”.
E este ano decerto deve estar satisfeito atendendo à qualidade do “belo gado” que apresentou nas várias capeias.


---- Actualização em 9 de Março de 2006. ----




- A mesma proeza mas em imagem a cores. Cortesia de Marco Pespega através do site “Forcalhos” AQUI.





Comentei, já há algum tempo, ao Marco, o interesse em também publicar a imagem que ele tem na página que desenvolve sobre os Forcalhos, AQUI, no separador “Bois e Cavalos”, onde o Zé-Nói mais uma vez demonstra esta valentia.
De imediato acedeu para que eu o fizesse acrescentando alguma informação que partilho aqui. O Marco tinha ido ver dar de comer aos touros. Aproveitou o momento e foi buscar a máquina de filmar com o filho mais novo do Zé-Noi e pode, assim, filmar a cena da imagem acima que, pelo que sabe, terá sido a primeira pessoa a poder faze-lo.
Sem dúvida que a cores impressiona bem mais.

OJ

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18 outubro, 2005

 

56. Roteiro turístico I

Á descoberta da Penha de França
Parte IV


Ponto 10. Chegando a Ciudad Rodrigo, provavelmente em fim de tarde ou já noite, não deixe de dar uma volta pela parte velha.





- Silhueta de Ciudad Rodrigo.







- Vista aérea das muralhas/forte de Ciudad Rodrigo e da zona antiga da cidade. Imagem tirada do SIGPAC AQUI.




Naturalmente já será uma hora em que os monumentos estarão fechados mas o ambiente nocturno justifica. Certamente que a cidade já é conhecida do leitor mas caso não seja então aconselho a penetrar no casco antigo através da passagem das muralhas do forte.





- Porta do Sol. Uma de várias portas de entrada para a parte histórica de Ciudad Rodrigo.




Percorra o emaranhado das ruas que são salpicadas de nobres edifícios. Admire a arquitectura monumental da catedral e onde ainda são verificáveis os danos feitos nas paredes pela artilharia francesa da época das invasões napoleónicas.


- Ciudad Rodrigo: Catedral.
(Da esquerda para a direita)

1- Silhueta da catedral.

2- Torre da catedral onde ainda são visíveis os danos provocados pela artilharia francesa.

3- Grupo escultórico de estilo gótico do sec. XIII da entrada sul.

5- Espalhadas pelas paredes da catedral existem esculturas isoladas como esta mostrando a caça de um urso.



Recordo que os Forcalhos chegaram a pertencer ao bispado desta cidade. Logo ao lado encontra-se a capela do Marques de Cerralbo.




- Ciudad Rodrigo: Cúpula da capela do Marques de Cerralbo.









- Vista lateral da capela do Marques de Cerralbo.





Encontram-se também muitas casas brasonadas. Descanse um pouco na Plaza Mayor onde abundam esplanadas. No topo superior fica o ayuntamiento e seu campanário com um sino rachado mas que toca, embora o som não saia perfeito.





- Ayuntamiento de Ciudad Rodrigo. Imagem tirada de AQUI.





Um dos ex libris é a torre da parte acastelada. Construída durante o reinado de Henrique II de Trastamara foi restaurada em fins do século XVI. Hoje é um “Parador” (pousada).




- Castelo de Trastamara.





Seguindo para os Forcalhos aconselho o itinerário El Bodon/Fuenteguinaldo. Para isso, depois de passar a ponte sobre o rio Águeda, vire no primeiro corte à esquerda e siga sempre em frente até El Bodon que tem uma grande igreja. Aqui siga para Fuenteguinaldo.
Ponto 11. Fuenteguinaldo já é nossa vizinha e conhecida. Tem uma das mais monumentais igrejas paróquias do bispado de Ciudad Rodrigo.






- Fuenteguinaldo: Igreja Paroquial. Imponente fachada e magnífico altar-mor. Imagens tiradas de AQUI.







Provavelmente já é noite e mal dará para desfrutar da sua magnificência. Contudo fica o apontamento. Estamos no fim do passeio. Temos ainda de passar Casilhas de Flores e depois apanhar o corte que nos leva para Portugal. Alerto que o corte para Portugal não está sinalizado. Agora é só transpor a Lageosa e regressamos aos Forcalhos dando por concluído este passeio.
Nesta volta existem muitos pontos e aldeias interessantes para descobrir mas como o tempo é limitado proponho este itinerário.
Acrescento o mapa indicando o roteiro descrito. Agora é só planear viagem e ver com os próprios olhos estas terras e sítios fantásticos.


- Mapa com o roteiro.

(Clicar na imagem para aumentar.)

















(Fim)

OJ

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16 outubro, 2005

 

55. Roteiro turístico I

Á descoberta da Penha de França
Parte III


Ponto 9. Avance para a subida mais espectacular de toda a volta. São uns km sempre a subir. Primeiro entre arvoredo e depois no nu das rochas da montanha. É uma subida que impõe respeito até alcançarmos os 1.723 metros de altitude e o santuário mariano mais alto do mundo (segundo se consta), onde se venera a imagem da Virgem Morena: "Santuario de Nuestra Señora de la Peña de Francia".





- Vista da Penha de França.




Há muito a dizer sobre este local, inclusive porque também toca na nossa história portuguesa. Contudo vou ser muito breve o suficiente para abrir a curiosidade ao leitor.
Quanto à história, na altura da ocupação árabe da Península Ibérica muitas imagens foram escondidas para evitar a sua destruição. Na luta contra os mouros julga-se que Carlos Magno teria andado por esta zona central de Espanha e alguns franceses se teriam refugiado nesta serra, ficando assim com o nome Penha de França.
No ano de 1434, ao monge francês de nome Simão Vela, foi revelado, durante um sonho, a existência de uma imagem da Virgem, escondida no topo de uma escarpada serra, que cercada de luz, lhe acenava para que ele fosse à sua procura. Procurou durante 5 anos até a ter descoberto no cume da serra da Penha de França.




- Cume da Penha de França com o Santuário e edifícios adjacentes no Inverno. Imagem tirada de AQUI.







-Molho granítico que sustenta o santuário. Imagem tirada de
AQUI.





Levantou capela e a imagem ficou com o nome da serra. Devido aos numerosos milagres logo se tornou muito célebre e mais tarde foi construído um dos mais ricos santuários da cristandade.
Para Portugal ela entra na sua história sobretudo após a batalha de Alcácer-Quibir, de tão triste memória, na qual perdeu a vida o nosso rei D. Sebastião.
Depois da batalha o português António Simões, de profissão escultor, um dos prisioneiros escravizados pelos árabes prometeu à Virgem que caso conseguisse fugir à escravidão e chegar à pátria lhe faria sete imagens. Tal aconteceu e ele cumpriu a sua promessa.
Em Lisboa esculpiu diversas imagens com os seus títulos mas quando chegou à sétima não sabia que invocação haveria de esculpir. Um padre jesuíta aconselhou-lhe a de Nossa Senhora da Penha de França cujos milagres eram muito falados em Castela. Mais tarde em 1597 construiu capela para essa imagem em Lisboa no local que é hoje conhecido como Penha de França.
Em Outubro desse ano a peste assolara novamente Lisboa e o povo recorre à Virgem da Penha de França. O senado promete-lhe ampliação do santuário e milagrosamente a peste fica controlada. Em 1775 o terramoto arrasou o santuário mas a imagem foi retirada das ruínas praticamente intacta.
Hoje encontra-se no mesmo local, numa igreja reconstruída três anos depois do terramoto. Mais milagres são conhecidos em Lisboa.




- Lisboa: Igreja da Penha de França. Imagens tiradas de
AQUI









Com a expansão ultramarina portuguesa a invocação de Nossa Senhora da Penha de França foi espalhada pelo mundo sobretudo no Brasil onde existem muitas igrejas onde é venerada.
Voltando à serra da Penha de França em Espanha, daqui olhamos os pássaros de cima. Quanto às vistas, perdemos o horizonte. Podemos contemplar um vastíssimo panorama e descobrir algumas das povoações que visitamos assim como as diversas serras que nos cercam. Sem dúvida que este local é sagrado e só podia albergar um santuário.
Além das vistas encontram-se recantos naturais e agrestes assim como construções das quais passo a descrever algumas:
A igreja que acolhe a imagem de la Virgem Morena, de estilo gótico do sec. XV, robusto e primitivo, sem ornamentações, adequado às condições climatéricas do local. O ambiente que se respira no seu interior é de um autêntico misticismo ideal para um encontro com o divino. A imagem está colocada num camarim sobre uma peanha de pedra situada no ponto mais alto da montanha. Se não estiver a decorrer nenhuma Missa é possível passar por de trás do camarim e tocar no manto da Virgem. Por curiosidade informo que a imagem original foi incorporada nesta em 1890 por se encontrar muito degradada. O portal é do sec.XVII de um estilo sóbrio e austero. A torre é mais tardia, sec. XVIII.




- Santuário da Penha da França:
(da esquerda para a direita)

1- Subida para o santuário.

2- Entrada da igreja.

3- Altar-mor com o camarim onde se venera a Virgem Morena. O peregrino pode subir, por trás, até ao camarim e tocar no manto de N.ª S.ª da Penha.

4- "Nuestra Señora de la Peña de Francia".

5- Nervuras da abobada da nave principal.

6- Nave principal e coro alto.




O convento foi construído nos sec. XV e XVIII. São visitáveis os corredores que ladeiam o pequeno claustro que incorpora uma cisterna de nome “Poço Verde”, para onde vão as águas canalizadas das chuvas ou neves dos telhados.



- Convento e Hospedaria:

1- Entrada do convento.

2- Um dos corredores do claustro onde no lado direito se encontra o acesso ao "Poço Verde".

3- Refeitório adaptado a sala de exposições.

4- Hospedaria no lado oposto ao convento. Observe a forma como construiram as janelas. Devido ao clima agreste do monte onde os ventos são muito fortes optaram por janelas de correr sobre calhas lavradas na pedra.


A Hospedaria situada em frente à fachada do santuário está hoje convertida numa unidade hoteleira e onde se podem comprar “recuerdos”.
A Plaza, de planta irregular, construída entre a abside da igreja e a capela de La Blanca. No centro encontra-se “El Rolo” símbolo da autoridade civil do santuário sobre os povos das redondezas.



Plaza, “El Rolo” e Capela La Blanca:

1- Torre do santuário num dos cantos da Plaza.

2- Plaza onde no meio se situa "El Rolo" e ao fundo a capela La Blanca.

3- Altar-mor da capela La Blanca.

4- Nervuras de belo efeito do tecto da capela La Blanca.

5- Marco indicando o protectorado da Virgem a Portugal e às antigas possessões portuguesas.

6- Interior da gruta no subsolo da capela La Blanca.







Existem várias capelas destacando-se a de La Blanca do sec, XVI construída sobre a gruta onde foi descoberta a imagem da virgem. Faz-nos lembrar o nosso santuário da Nazaré com a sua capelinha onde no seu interior também se encontra uma gruta que guardava também a imagem da Virgem. Tem um tecto magnífico com diversas nervuras e a descida à gruta é feita por umas estreitas e íngremes escadas de pedra. O mistério mistura-se com o sagrado.



- Algumas capelas:

1- Capela de S. Tiago perto da entrada para o convento. Não é mais que uma varanda com uma vista espectacular.

2- Capela de S. André.

3- Altar da capela de S. André.

4- Surpreendente tecto da capela de S. André.





Mais recente é "La Rotunda". Um miradouro em forma circular com a rosa-dos-ventos e um relógio de sol. Daqui podemos contemplar um vastíssimo panorama auxiliado por miras que nos indicam algumas terras. Desfrute bem o local.


- Várias vistas do miradouro. Na última foto, em primeiro plano, está uma mira de situação de uma das aldeias.












Para ver mais fotos, muitas delas espectaculares sobretudo as de inverno, recomendo este site dos Dominicanos AQUI.
Seguindo viagem desça na totalidade o monte e siga para Ciudad Rodrigo. Embora a meio da descida existe um corte com a placa indicativa de Ciudad Rodrigo não vire aí visto essa estrada ser muito mais tortuosa.

(Continua)

OJ

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14 outubro, 2005

 

54. Roteiro turístico I

Á descoberta da Penha de França
Parte II


Ponto Quatro: Pinofranqueado. Inicialmente o nome era Lo Franqueado derivado à concessão de liberdade concedida por Granadilha nos começos do sec. XIX. Mais tarde se antepôs a palavra pino aludindo aos pinheiros autóctones existentes na região e hoje quase desaparecidos ficando então Pinofranqueado. Neste povoado alem de haver um parque de campismo, há também uma boa represa assim como um parque de merendas, tudo junto ao rio de Los Angeles.




- Pinofranqueado: Represa.





Caso esteja na altura de almoço é um local ideal para isso. Na eventualidade de estarem preparados, podem sempre dar um mergulho ou umas braçadas na água da represa que é atravessada por uma imponente ponte de pedra. Se ainda não for altura de almoço façam uma análise ao mapa de forma a conseguirem almoçar em La Alberca.
Continuando viagem depois de passar por Vegas de Coria ter muita atenção e virar para Las Mestas ou Las Batuecas. Não se enganem aqui porque senão perdem uma parte espectacular do passeio.
Ponto Cinco: Estamos numa garganta de um profundo e agreste vale pertencente ao parque de Las Batuecas. Este apertado vale merece uma paragem no local onde está uma livraria de rochedos. Admirem as aves de rapina que sobrevoam os penhascos assim como toda a flora.





-Garganta do parque natural Las Batuecas.





Continuando viagem deparamos uma subida que vai surpreender. No início a vegetação esconde-nos o serpentear da subida. O desenho da estrada é o de uma autêntica cobra em ziguezague. A estrada é estreita e a subida impõe um respeito superior à descida para Valverde. Mas as vistas e o espectáculo da subida compensam bem o esforço. É aconselhável algumas paragens para melhor apreciar a beleza do local. À medida que subimos o espectáculo passa da floresta para as cascatas até aos rochedos.








- Cascata na subida do parque natural Las Batuecas.












- Vista do parque. Imagem tirada de AQUI.




As palavras são parcas para tão alargado cenário.
Depois desta desgastante subida chegamos a La Alberca povoação classificada como monumento histórico-artístico-nacional em 1940 sendo o 1º povoado espanhol a ter tal distinção. Se San Martin de Trejevo tinha ares de uma típica povoação medieva com uma arquitectura saída de um conto de fadas, La Alberca supera em muito essa magia.
Ponto Seis:





- La Alberca: Praça do P. Arsénio.













- Uma rua característica de La Alberca.










- Pormenores construtivos em La Alberca. Na foto da direita observam-se duas imagens, coroadas, esculpidas na esquina de um edificio.









- O comércio turístico e de artigos regionais faz-se sentir nas ruas especialmente no Verão.











O ideal é iniciar a visita pela Plaza del P. Arsénio onde se encontra um lindo cruzeiro ladeado por colunas e daí seguir uma rua em direcção à Plaza Mayor. Ao explorar as ruas temos a sensação de ter recuado à idade Média, a um tempo perdido. O visitante aqui é convidado a descobrir os pormenores dos edifícios que só são desvendados com um olhar mais atento.





- La Alberca: Plaza Mayor.





Para ver mais atentamente temos a Plaza Mayor com um cruzeiro no meio, cercada por um casario ideal para cenário de um filme de cenas históricas.
A caminho da igreja matriz não deixe escapar num muro o pedido de oração pelas almas onde estão presos dois macabros crânios separados por um nicho com candeeiros. Se a igreja estiver aberta não perca a possibilidade de entrar. Além de boa talha tem imagens magníficas assim como um púlpito policromado de granito. No coro encontra-se um antigo órgão de tubos.




- Alminhas ladeadas por duas macabras caveiras aprisionadas pelas grades.









- Igreja matriz de La Alberca.












- Púlpito policromado no interior da igreja matriz de La Alberca.











Saindo da igreja procure um monumento ao porco. Se o encontrar sente-se nele e aproveite para tirar uma fotografia engraçada.




- La Alberca: Monumento ao porco.





Aqui o comércio é activo sobretudo no verão com os turistas. Aconselho a comprar umas hóstias grandes (têm mais de um palmo de diâmetro). Comem-se bem, não enchem e devido ao tamanho demoram tempo a serem devoradas. Para os garotos é uma delícia. Surpreenda-se pela quantidade de presuntos e artesanato. Goze bem a passagem por La Alberca.(Para saber mais AQUI).




- A carne de porco e seus derivados em La Alberca são reis. Encontram-se muitos comércios com presuntos e enchidos pendurados como o da foto.





Aproveitando esta zona mágica visite mais duas povoações características e também classificadas. Por ventura se entender que não terá tempo para esta volta ou já esteja cansado deve seguir directamente para a Penha de França.
Ponto 7: Mogarraz é mais uma terra com uma arquitectura popular muito pura e harmoniosa. Calcorreie as ruas encantadas deixando toda a magia do local tocar-lhe na alma. Em cada rua encontra sempre motivos para olhar. (para saber mais AQUI). Depois siga para San Martin del Castanhar.







- Mogarraz: Igreja matriz e torre. Imagem tirada de AQUI.









Ponto 8: Aqui podemos verificar como eram construídas estas habitações características através das ruínas de algumas.
O urbanismo continua caracteristicamente serrano com as ruas estreitas e recantos surpreendentes. Faça um passeio pela igreja e pelo castelo arruinado possivelmente do sec. XV e agora transformado em cemitério.







- Fachada da igreja matriz de S. Martin del Castanhar.












- S. Martin del Castanhar: Casa arruinada.








- Alpendre do Ayuntamiento de S. Martin del Castanhar.





Junto fica uma praça de touros. Não se esqueça de passar pela Plaza Mayor. (Para saber mais AQUI).
Estando terminada a visita é de seguir para o ponto mais alto do passeio: Penha de França.

(Continua)

OJ

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12 outubro, 2005

 

53. Roteiro turístico I

Á descoberta da Penha de França
Parte I


No Jornal “Notícias dos Forcalhos” foram publicados alguns roteiros tendo como ponto de partida e chegada os Forcalhos e a duração de um dia. Agora adaptamos esses roteiros ao blog. Avançamos, assim para o primeiro.

Sem grandes pretensões, tentaremos dar uma informação sucinta salpicada com alguns pormenores. O passeio descrito foi realizado e a sua descrição baseia-se nessa realidade, completada com alguma investigação.
Para começar avançamos com uma rota cheia de variedade onde podemos admirar horizontes sem fim, ambientes naturais espectaculares variando da floresta aos rochedos imponentes e desnudados, serras salpicadas de penhascos gigantescos, aldeias cheias de magia até alcançarmos a parte religiosa do passeio – o histórico Santuário de Nossa Senhora da Penha de França.

Alertamos que o passeio é bastante longo com zonas de curvas contra curvas e muitas descidas e subidas. Contudo, de uma forma geral, as estradas estão em óptimo estado. A melhor altura para efectuar esta viagem é na primavera quando podemos observar uma vegetação muito luxuriante e em flor e, em determinadas zonas, sentir aromas perfumados. É conveniente que o dia seja limpo de nevoeiros, caso contrário perdem-se as surpreendentes vistas.

Partimos então dos Forcalhos em direcção à Lageosa e desta tomamos a estrada em direcção a Espanha. Entrando em Espanha viramos para a direita e seguimos para Navasfrias.
Ponto Um: Depois de Navasfrias surge-nos uma estrada apertada com uma grande descida que nos leva a Valverde del Fresno. É de aproveitar e admirar a paisagem. A descida é longa e de inclinação acentuada. Contudo é só uma amostra do que iremos ver. Se possível fazer uma pequena paragem para melhor apreciar a paisagem.





- Valverde del Fresno envolvida por serras. Imagem tirada de AQUI.




Não se deixe intimidar pela estrada estreita e continue a viagem. Passando Valverde del Fresno tome a estrada de Eljas/San Martin de Trevejo.
A nossa próxima paragem é San Martin de Trevejo e, por isso, é escusado virar para Eljas. Continua-se na mesma estrada e só depois do corte para Eljas é que se vira no corte mais directo para San Martin de Trevejo.
Ponto Dois: Uma visita pela povoação é obrigatória.





- S. Martin de Trevejo: Plaza Mayor. Imagem tirada de AQUI.








- Ayuntamiento de S. Martin de Trevejo com o grande alpendre feito por diversas colunas de pedras que sustentam o andar superior do edifício de travessas de madeira.





Obrigatória é uma volta pelas ruas. Não só ficamos surpreendidos pelo tipo de construção medieval dos edifícios assim como pelo encantamento das sinuosas e estreitas ruas. Como toque de originalidade deparamos com um regato que passa pelo meio de algumas ruas que as refresca e lava. Cuidado para não meter a “pata na poça”!!!







- S. Martin de Trevejo, rua com regato.









A descoberta dos recantos e os vários ângulos de vista deixo-os para o leitor se deliciar nas suas descobertas. Olhem bem para pormenores como os barrotes que suportam os andares superiores, alguns deles têm esculpido carantonhas, ou nos canos de água dos beirais e na forma original e artística como terminam.





- S. Martin de Trevejo: um dos barrotes que suportam os andares superiores.




Interessante é que nos povoados de San Martín de Trevejo, Eljas e Valverde del Fresno falam uma língua antiga, que quase nada tem a ver com as outras falas da Estremadura Espanhola, chamada de “A fala de Xálima” (A Fala de Xalma) ou de A fala do val du ellas (fala do vale de Elhas). Esta fala foi transmitida de forma oral através dos tempos resistindo sempre ao idioma castelhano sendo hoje reconhecida oficialmente como podemos constatar através das placas dos nomes das ruas que surgem nas duas línguas. Desta fala de “xalima” discute-se se é um arcaico galaico-português ou uma variedade dialéctica do português fronteiriço (para saber mais AQUI e a AQUI.) Saindo da povoação continuamos na mesma estrada subindo a encosta.





- S. Martin de Trevejo: Vista geral.




Numa das curvas existe um pequeno parque de merendas donde se tem uma vista panorâmica sobre San Martin de Trevejo e todo o vale. Aconselho a paragem.
Continuando a subir a estrada sofre uma mudança. Transforma-se numa estrada apertada com um duvidoso alcatrão. A marcha tem de ser mais lenta. São cerca de 5 km assim. Todavia não se assuste. A estrada é viável mesmo para os carros mais baixos.

Ponto Três - A lentidão da viagem não só é recomendada pelo alcatrão como pela paisagem. Entramos numa floresta de árvores que fecham completamente o céu. É lindo, um túnel de arvoredo onde domina o castanheiro. No Verão faz uma sombra contínua muito desejada.
No fim desta estrada chegamos a um cruzamento e viramos para a direita. Entramos novamente em bom asfalto. Temos agora um grande percurso pela frente. Contudo é sempre de admirar a paisagem. Temos de passar por Villasbuenas de Gata. Chegando a Villanueva de la Sierra olhem com atenção para as setas indicativas das localidades e vire para Pinofranqueado. Como nota cómica reparem no nome de uma das terras: Bronco.




- Sinalização dando conta da existencia de uma terra com o nome Bronco.





(continua)

OJ

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