05 abril, 2007

 

177. Matracas









- Foto da cruz da igreja dos Forcalhos em 2003 por Orlindo Jorge.















A Semana Santa, na minha meninice, era um tempo marcante. Não havia baile, não se cantava, tapavam-se as imagens na igreja com panos roxos… enfim, era uma semana de recolhimento e de ausência de manifestações de alegria, acompanhando o sofrimento e agonia do Salvador.








- Foto tirada por Orlindo Jorge, do sino menor da torre dos Forcalhos em 2003, antes da sua recuperação.

















Também os sinos se calavam, não tocavam, chegando-se a tirar os cadeados aos respectivos badalos. Em lugar do toque dos sinos para chamar os cristãos para as cerimónias religiosas recorria-se a “matracas” que eram tocadas pelos garotos ou rapazes ao longo das ruas da povoação. Para dar idéia do que eram e como funcionavam as matracas, juntamos um mal alinhavado desenho. Para uma melhor compreensão também podem aceder à seguinte página AQUI de uma fundação espanhola.

























Uma matraca era constituída essencialmente por uma tábua (mais elaborada do que a do desenho). Dos dois lados da tábua havia uma espécie de asas ou pegas de arame bem grosso que podiam girar para os lados a fim de baterem na tábua e fazer um ruído próprio. No cimo da tábua existia um buraco para meter a mão, segurar o conjunto e fazer girar a tábua para um e outro lado, de tal forma que os ferros batiam na dita tábua produzindo um barulho seco para convidar as pessoas a irem à igreja.

Depois deste pequeno apontamento, lembrando a forma como se vivia este período tão denso, e passados estes dias da Semana Santa, desejamos, na alegria da Ressureição, a todos, uma feliz Páscoa.


CHGJ

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Comments:
Muito interessante... a tradição já não é o que era!
Meus pais contavam vários episódios ácerca das proibições no tempo quaresmal... naquela altura os padres impunham muitas restrições e obrigações e todos cumpriam...
 
Tambem me lembra das matracas.
Na minha terra como nao podiam haver bailes durante a quaresma, a juventude e nao so, costumava jogar o "jogo da pela".
 
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