25 junho, 2006

 

162. Insólitos

Assim como há um ano, só cinco dias depois da criação do blog foi publicado o primeiro post, também agora usámos do mesmo tempo para publicação do primeiro post pós aniversário do ano um deste blog.

Começamos com um post que inclui imagens violentas, quase dignas daquele programa, em tempos exibido na SIC e apresentado por Artur Albarran, "Imagens reais": O drama, o terror, a tragédia, …
É por isso que alertamos os leitores que neste post publicamos imagens não aconselhadas a pessoas sensíveis por serem eventualmente chocantes e violentas. Assim sendo a quem se incluir neste grupo persuadimos para que cesse imediatamente a leitura e visualização deste post.

















Os Forcalhos são uma terra antiquíssima e as velhas paredes do seu casario guardam muitos mistéros, segredos e histórias.
Lembro-me que em diversas ocasiões ouvi contar que num palheiro se guardava uma urna.
- Uma urna num palheiro? Que absurdo!!! Mas que tipo de urna?
Confirmaram que era uma urna para funerais, um caixão.
- Que coisa mais estranha!!! Digna dos insólitos Yorn!
Como São Tomé também fiquei incrédulo e quis ver para crer.
Fui então levado ao dito palheiro.
Entrei e o ambiente era mesmo fantasmagórico, digno para a realização de um bom filme. E acreditem no que conto, porque eu vi e tirei provas fotográficas que apresento. São mesmo verdadeiras por muito macabras que possam parecer.


- Será que há manifestações de obscurantismo, do oculto ou magia negra por estes lados?
Nada disso. Contaram-me que há perto de 30 anos José Vicente, que fora guarda nos Forcalhos, tinha como negócio extra a venda de urnas funerárias. Na altura o negócio das funerárias ainda não estava tão desenvolvido. Tinha uma loja em casa e à falta de espaço colocaria algumas urnas neste palheiro. Quando se foi embora, talvez por esquecimento, deixou ficar uma urna que, ao que parece, pelo seu significado macabro ninguém teve coragem de remover e por isso foi ficando.


































Agora reparem no pormenor da última foto: O local mórbido, à esquerda da urna, que uma pata escolheu para fazer ninho e pôr os seus ovos, mesmo juntinho ao caixão.
Que situação mais antagónica. Os ovos símbolo da vida e o caixão símbolo da morte, lado a lado, sem nenhum pudor e numa normalidade perturbante!
A natureza tem destas coisas e se bem analisarmos a pata é que está correcta na escolha do local para o ninho: Se há alguém que possa fazer mal não são os mortos mas os vivos.


OJ

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Comments:
O programa imagens reais era na tvi
 
Lembro-me do Sr. José Vicente morar na casa que é hoje do Tozé (filho do ti Manel Mariana), próximo desse palheiro.
Lembro-me também de ver na loja da referida casa algumas urnas.
Recordo que o sr. José Vicente foi vitima de acidente de tractor, quando regressava de Aldeia da Ponte, sua terra natal.
Já era noite, na altura a estrada estava em obras, para alargar e alcatroar e segundo constou ele terá adormecido ao volante...
Talvez a família desconhecesse a existência dessa urna...
Eu não sou como o Marco que só vê a TVI, eu vejo o canal história...eheheh
Um abraço
 
Interessante, Um simbolo da vida junto a outro da morte, esta tambem e parte da outra.

Ja agora vou-lhes fazer uma pergunta:
Para que poem muros e devacoes nos cemiterios?
Pois embora haja excepcoes, os que estao ca fora nao querem ir para dentro e, os que estao dentro ja nao podem vir para fora!

Um abraco fornense.

Viva Portugal
 
Marco, terei de confirmar isso.

Fernando, um obrigado pela achega. Assim fica completa a história.

Al Cardoso, bem analisado, mas tenho resposta à pergunta: é por causa dos animais. Se o cemitério dos Forcalhos, que é cercado por muros e mesmo assim já entraram para lá animais, pelo descuido de um portão aberto, imagine sem muros.
 
Passeava eu pela berloque cá do município de Canas quando me deparei com o pitoresco nome da vossa aldeia... não resisti aos forcalhos, vim ver e gostei desta história do caixão e do contraponto entre a vida e a morte. Abraços e boas bicadas, como dizemos lá no nosso berloque
 
gostei do conto e da foto, mas de forma alguma me parecem ovos de pata mas sim de galinha
 
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