13 novembro, 2005

 

65. Extinção de freguesias?

Volta de novo a falar-se em extinção de freguesias. O semanário “Expresso” voltou ao assunto na página 4 do caderno principal da edição de 05-11-2005, onde constam (sub)títulos: “António Costa quer o país reorganizado. Até ao fim de 2006, o mapa de freguesias e concelhos vai mudar”. “Quase 2 mil freguesias e 239 concelhos podem ser extintos”.
Espero que as Juntas de Freguesia, por si e através da ANAFRE, saibam reagir no momento oportuno.
Os critérios a adoptar, se tal redução se vier a verificar, não podem ser meramente demográficos sob pena de se dar a machadada final nas povoações interiores da nossa zona fronteiriça. A desertificação que ocorre no concelho do Sabugal tem paralelo do lado de lá da fronteira. Puebla de Azaba (196 habitantes), La Albergueria de Argañan (184 habitantes), Alamedilla (204 habitantes), Ituero de Azaba (276 habitantes), Casillas de Flores (224 habitantes), El Bodon (295 habitantes) e outras estão exactamente nas mesmas circunstâncias das vizinhas freguesias portuguesas. Têm um número de habitantes parecido. Basta consultar e comparar os dados dos censos respectivos. No entanto, Espanha mantém o estatuto das suas pequenas aldeias, com os seus ayuntamientos.
Resta-nos esperar que, do lado português, haja sensibilidade para manter os estatutos das pequenas aldeias, com séculos de história, sob pena de se acentuar rapidamente o retrocesso por falta de quem as conheça e delas cuide com verdadeiro interesse.
Lembramos que, segundo o último censo, das quarenta freguesias do concelho, apenas duas, Soito e Sabugal, ultrapassam os mil habitantes. Imaginem agora a razia!…



















Os radicalismos e fundamentalismos não conduzem a bons resultados.
Serão os espanhóis mais estúpidos que nós? Ou nós mais espertos que eles?
Por outro lado, na verdade, a desertificação nem é tanta como à primeira vista poderá parecer. Dada a hodierna facilidade de deslocação, nas minhas frequentes deslocações aos Forcalhos, constato que há aqui sempre gente a passar algum tempo, embora aqui não tenha residência permanente. Então no verão este fenómeno é mais que evidente, multiplicando-se a população flutuante.
Há muita gente que aqui tem a sua residência secundária, facto que o número de eleitores inscritos e que os censos populacionais não valoram devidamente.

CHGJ

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Comments:
É deveras preocupante. A própria Cãmara do Sabugal deve estar atenta pois o caso poderá ter consequências negativas a nível concelhio.
 
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