05 agosto, 2005
22. Jogos e brincadeiras III
O CARRO DE BUGALHAS
Hoje vamos explicar como se fazia um carro de bugalhas. Claro que eu não vejo os nossos filhos a brincar com eles. Falta-lhes o modelo que imitávamos. De facto víamos os nossos pais a "junguir" as vacas, a metê-las ao carro, a apertar a chivelha, a carregar e a descarregar, a apertar as carradas, a chamar as vacas pelo seu nome, a incitá-las ou a picá-las com o aguilhão. Nos próprios ainda o fizemos. Com o tempo as coisas mudaram e os nossos filhos já não trataram da "Galharda", da "Castanha", da "Amarela", da... Que saudade!
Recordo-me de quando meu pai, contrariado, resolveu vender a nossa Galharda, por velhice... quanto lhe custou tomar a decisão... a pena que invadiu minha mãe que a não quis ver partir para o mercado onde ficaria... vaca de uma enorme mansidão... valente... que tantos anos viveu connosco.
Mas vamos ao carro.
Corta-se uma bugalha um pouco acima do meio e espeta-se-lhe uma varinha que servirá de cabeçalha. Fura-se no meio e mete-se outra varinha (perpendicular a primeira) que funcionara como eixo. Nas pontas do eixo espetam-se duas bugalhas que serão as rodas. No carro espetam-se quatro pauzinhos que farão de estadulhos.
Vai tudo exemplificado na fotografia. Falta a junta de vacas.
Primeiro, o jugo. Desbasta-se, de lado, uma varita com perto de oito centímetros de comprimento.
Fazem-se uns dentes na parte central (por onde passaria o tamoeiro). Mais para fora, um pequeno arco para a cabeça das vacas (ou melhor, neste caso, das bugalhas). De um lado e do outro do arco, um pequeno sulco para passagem da soga (aqui representada pelo fio de linha) com que se prendem as vacas ao jugo.
Tudo isto como vai exemplificado.
Para "junguir" as vacas, isto é, segurar as bugalhas ao jugo, é um pouco complicado.
Primeiro passa-se várias vezes com a linha a volta da bugalha para a segurar ao jugo. A seguir aperta-se melhor com passagens perpendiculares, junto ao jugo, como se pretende explicar nos desenhos, sendo a a linha, b a bugalha e c parte do jugo. O carro das imagens desta vez não saiu muito bem por não dispor de bugalhas em condições. São velhas, gastas e quase não tem "cornos".
Hoje vamos explicar como se fazia um carro de bugalhas. Claro que eu não vejo os nossos filhos a brincar com eles. Falta-lhes o modelo que imitávamos. De facto víamos os nossos pais a "junguir" as vacas, a metê-las ao carro, a apertar a chivelha, a carregar e a descarregar, a apertar as carradas, a chamar as vacas pelo seu nome, a incitá-las ou a picá-las com o aguilhão. Nos próprios ainda o fizemos. Com o tempo as coisas mudaram e os nossos filhos já não trataram da "Galharda", da "Castanha", da "Amarela", da... Que saudade!
Recordo-me de quando meu pai, contrariado, resolveu vender a nossa Galharda, por velhice... quanto lhe custou tomar a decisão... a pena que invadiu minha mãe que a não quis ver partir para o mercado onde ficaria... vaca de uma enorme mansidão... valente... que tantos anos viveu connosco.
Mas vamos ao carro.
Corta-se uma bugalha um pouco acima do meio e espeta-se-lhe uma varinha que servirá de cabeçalha. Fura-se no meio e mete-se outra varinha (perpendicular a primeira) que funcionara como eixo. Nas pontas do eixo espetam-se duas bugalhas que serão as rodas. No carro espetam-se quatro pauzinhos que farão de estadulhos.
Vai tudo exemplificado na fotografia. Falta a junta de vacas.
Primeiro, o jugo. Desbasta-se, de lado, uma varita com perto de oito centímetros de comprimento.
Fazem-se uns dentes na parte central (por onde passaria o tamoeiro). Mais para fora, um pequeno arco para a cabeça das vacas (ou melhor, neste caso, das bugalhas). De um lado e do outro do arco, um pequeno sulco para passagem da soga (aqui representada pelo fio de linha) com que se prendem as vacas ao jugo.
Tudo isto como vai exemplificado.
Para "junguir" as vacas, isto é, segurar as bugalhas ao jugo, é um pouco complicado.
Primeiro passa-se várias vezes com a linha a volta da bugalha para a segurar ao jugo. A seguir aperta-se melhor com passagens perpendiculares, junto ao jugo, como se pretende explicar nos desenhos, sendo a a linha, b a bugalha e c parte do jugo. O carro das imagens desta vez não saiu muito bem por não dispor de bugalhas em condições. São velhas, gastas e quase não tem "cornos".
Depois de construído o carro, depois de junguidas as vacas, falta o mais importante... a imaginação para trabalhar/brincar com tudo.
(Fonte: Notícias dos Forcalhos n.º26 de Julho de 1996)
C.H.G.J.
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